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Motricidade Oral

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

É UMA ÁREA DA FONOAUDIOLOGIA QUE TRABALHA OS ASPECTOS MIOFUNCIONAIS-MUSCULATURA OROFACIAL,COM O OBJETIVO DE CORRIGIR PROBLEMAS RELACIONADOS À SUCÇÃO,MASTIGAÇÃO, DEGLUTIÇÃO, RESPIRAÇÃO E FALA DE CRIANÇAS E ADULTOS.

O FONOAUDIÓLOGO ESPECIALISTA EM MOTRICIDADE ORAL,ESTÁ APTO A INTERVIR JUNTO ÀQUELES QUE POSICIONAM A LÍNGUA OU ENGOLEM DE FORMA INADEQUADA,CARACTERÍSTICA ESTA DA DEGLUTIÇÃO ATÍPICA E DA DISFAGIA;HÁ OS PACIENTES QUE EMPURRAM OS DENTES COM A LÍNGUA,CONTRIBUINDO ASSIM PARA O MAU POSICIONAMENTO DENTÁRIO.

TAMBÉM PODE ATUAR JUNTO AOS RESPIRADORES BUCAIS E PESSOAS QUE SOFRERAM TRAUMA CRANEO ENCEFÁLICO, ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL(DERRAME),PARALISIA CEREBRAL,ENTRE OUTRAS PATOLOGIAS QUE INTERFEREM NA FUNCIONALIDADE CORRETA DA MUSCULATURA ORAL E FACIAL.OS PORTADORES DE SÍNDROMES QUE RESULTAM EM ALTERAÇÃO DA MUSCULATURA DA FACE E DAS FUNÇÕES ORAIS TAMBÉM PODEM SER AUXILIADOS POR ESTE PROFISSIONAL.
EM MUITOS CASOS ,O FONOAUDIÓLOGO ATUA EM PARCERIA COM DENTISTAS,MÉDICOS,FISIOTERAPEUTAS,PSICÓLOGOS E EDUCADORES.


FGA. ELAINE STUDART VIEIRA

Fonte: Clique Aqui

Cursos - Centro de Estudo da Voz (CEV)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Confiram os próximos cursos que estão oferecendo!

A atuação fonoaudiológica em UTI neonatal

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A neonatologia é mais uma opção de atuação dentro da fonoaudiologia hospitalar. Esta área vem despertando grande interesse de muitos fonoaudiólogos, porém trabalhar com recém-nascidos de risco necessita de uma grande conscientização por parte dos profissionais sobre a importância de uma atuação criteriosa, com bases científicas sólidas e inserção de condutas junto à equipe multiprofissional atuante neste ambiente.
Existem alguns objetivos determinantes da atuação fonoaudiológica em UTI neonatal. Tais objetivos devem considerar primordialmente a individualidade do caso e a intervenção de maneira global e não somente na área da motricidade oral. Portanto, o fonoaudiólogo desta área, para ser completo em sua atuação, necessita de total conhecimento sobre os objetivos a seguir:
- conhecimento sobre as terminologias da Neonatologia e saber associá-las à Fonoaudiologia;
- realizar a integração entre a atuação fonoaudiológica e a atuação da equipe multiprofissional da UTI Neonatal;
- saber detectar alterações sensoriais e motoras, facilitando posturas mais apropriadas ao neonato, favorecendo a adequação do tônus;
- avaliar o sistema sensório motor oral
- estimular as funções orais, em casos de alteração da sucção, assim como na transição da dieta via sonda para via oral;
- organizar o atendimento através do uso de protocolos de avaliação e acompanhamento fonoaudiológico;
- integrar os pais ao atendimento, fazendo-os acompanhar a evolução do recém-nascido durante todo seu período de internação;
- incentivar e orientar a mãe sobre a amamentação, visando fortalecer os laços mãe-filho e desenvolver os órgãos fonoarticulatórios;
- informar e conscientizar a equipe médica e de enfermagem sobre o ruído ambiental dentro da UTI, favorecendo a humanização do ambiente;
- atuar em conjunto com a equipe de enfermagem a fim de favorecer a postura do recém-nascido, melhorando assim, a postura do mesmo em repouso e durante a administração das dietas,
- atuar na escolha do local mais adequado para a fixação da sonda e melhor forma de alimentar o neonato de risco.

Fonte: Clique Aqui

Alterações da fala e da linguagem

* Distúrbio da Motricidade Oral:Alteração dos movimentos da região oral. (deglutição atípica, alteração na fala, problemas nas vias aéreas superiores, uso de mamadeira e chupeta, sucção de dedo e objetos).

* Fissura Palatina:Não fechamento do palato, dos lábios ou ambos.

* Disfonia Infantil:Alteração na qualidade da voz da criança. (voz rouca, áspera ou soprosa, desequilíbrio da ressonância nasal e oral, intensidade elevada ou fraca demais, tom muito agudo ou muito grave).

* Disgrafia:Dificuldade motora para os movimentos finos. (caligrafia desordenada, posicionamento torto no papel, escrita forte ou fraca demais, dificuldade espacial e de lateralidade).

* Dislalia:
Distúrbio articulatório dos fonemas. (substituição e/ou omissão de consoantes).
* Disfemia:Distúrbio da palavra falada. (repetições, prolongamentos, bloqueios, hesitações e excesso de pausas).

* Distúrbio do Aprendizado da Leitura e da Escrita:Dificuldade da leitura, escrita e cálculos matemáticos. (trocas e omissões grafêmicas, dificuldade na elaboração e compreensão gráfica).

* Distúrbio da Aquisição de Linguagem:Início tardio do desenvolvimento da fala e da linguagem. (evolução não satisfatória ou dificultosa).

Fonte: Clique Aqui

O que é Dislexia

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A dislexia é uma das mais comuns deficiências de aprendizado. Segundo pesquisas realizadas, 20% de todas as crianças sofrem de dislexia o que causa com que elas tenham grande dificuldade ao aprender a ler, escrever e soletrar. Pessoas disléxicas e que nunca se trataram que lêem com dificuldade, pois é difícil para elas assimilarem palavras. Disléxicos também geralmente soletram muito mal, isto não quer dizer que crianças disléxicas são menos inteligentes, aliás, muitas delas apresentam um grau de inteligência normal ou até superior ao da maioria da população. A dislexia persiste apesar da boa escolaridade é necessário que pais, professores e educadores estejam cientes de que um alto número de crianças sofre de dislexia. Caso contrário, eles confundirão dislexia com preguiça ou má disciplina, é normal que crianças disléxicas expressem sua frustração por meio de mal comportamento dentro e fora da sala de aula. Portanto, pais e educadores devem saber identificar os sinais que indicam que uma criança é disléxica e não preguiçosa pouco inteligente ou mal comportada. Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes e, até, geniais experimentarem dificuldades paralelas em seu caminho diferencial do aprendizado, é desafio que a Ciência vem desvendando, em 130 anos de pesquisas. E com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia. A evolução progressiva de entendimento do que é dislexia, resultante do trabalho cooperativo de mentes brilhantes que têm se doado em persistentes estudos, tem marcadores claros do progresso que vem sendo conquistado. Durante esse longo período de pesquisas que transcende gerações, o desencontro de opiniões sobre o que é Dislexia redundou em mais de cem nomes para designar essas específicas dificuldades de aprendizado, e em cerca de 40 definições, sem que nenhuma delas tenha sido universalmente aceita. Recentemente, porém, no entrelaçamento de descobertas realizadas por diferentes áreas relacionadas aos campos da Educação e da Saúde, foram surgindo respostas importantes e conclusivas como que dislexia tem bases neurológicos.

Respiração Bucal: Uma Visão Fonoaudiológica na Atuação Multidisciplinar

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

As alterações musculares bucofaciais e as características posturais da cabeça, pescoço e corpo dos pacientes portadores de respiração bucal são importantes e devem ser observadas, sendo alvo de pesquisas e atuações terapêuticas de vários profissionais da área da saúde. O tratamento da respiração bucal deve ser multidisciplinar, tendo em vista a diversidade de sinais e sintomas presentes nestes indivíduos.
Independente da etiologia e das causas, estes sinais e sintomas estão presentes e devem ser avaliados, diagnosticados e tratados.

Respirar de forma predominantemente bucal é um desconforto, comprovadamente importante, além de ocasionar alterações orgânico-funcionais.

O adulto ou criança respirador bucal crônico apresenta as seguintes alterações:

orgânico-funcionais - socioemocionais
miofaciais - digestivas
miobucais - visuais e do equilíbrio
posturais - da fala
expressivas - do crescimento craniofacial
de aprendizagem - da oclusão dentária

É importante ressaltar que as características faciais corporais ou morfogenéticas são relevantes na incidência da respiração bucal. A descrição de Ferreira (1999), do tipo dolicofacial, assemelha-se com a do respirador bucal: "o dolicofacial ou face longa apresenta padrão de crescimento vertical, altura facial inferior aumentada, nariz verticalmente mais longo e maior protrusão, arco maxilar e palato duro mais longo, profundo e estreito, ângulo mandibular aberto, arco dentário longo e estreito, musculatura facial débil, lábio inferior hipotônico e superior hipofuncionante, hipertonia de mentalis no vedamento labial, língua mais anteriorizada e posicionada entre os dentes ou no soalho da boca".

As alterações miofuncionais podem causar modificações em todo o corpo do paciente e, também, nos músculos longos e hipofuncionantes com características de flacidez e falta de força.

Muitos estudos têm relacionado ao respirador bucal, a postura da boca, cabeça e pescoço com a postura de todo o corpo.

A postura estendida da cabeça leva a uma modificação da posição dos diversos elementos anatômicos móveis, entre a cabeça e o pescoço, como o aumento da distância entre o occipital e o arco dorsal da primeira vértebra cervical. Bèssier & Hunsinger apud Krakauer (1997).

Esta posição rotaciona a cabeça para cima, facilitando a passagem do ar pela bucofaringe. Isto facilita a adaptação do sistema músculo-esquelético, que tende a adaptar-se, caracterizando-se por uma alteração postural e funcional também dos lábios, língua, musculatura mastigatória, mandíbula, palato mole e musculatura ocular.

O desvio ocasionado por essa modificação da posição da cabeça e do pescoço, como todas as modificações citadas anteriormente, leva a uma alteração postural e de equilíbrio de todo o corpo, como as posturais ou de forma; do tórax, ombros, coluna, pelve, ventre, pernas e a posição dos pés.
Krakauer & Guilherme (1998) concluem em seu trabalho que a criança com respiração bucal possui alteração do funcionamento fisiológico da respiração e a postura da cabeça acaba acompanhando esta característica.

Descrevem também que "as crianças com respiração nasal, maiores de oito anos de idade, melhoram a postura com o crescimento e as crianças com respiração bucal mantêm um padrão corporal desorganizado, semelhante ao de crianças menores".

A manutenção da respiração bucal acaba modificando a postura corporal por ações compensatórias musculares e esqueléticas.

Enquanto não houver uma ação terapêutica interceptativa que modifique este processo, o indivíduo acabará mantendo uma postura indesejável e prejudicial, comprometendo não só os fatores fisiológicos e orgânicos, como o conforto e o bem-estar geral.

Interferir o mais precocemente possível neste processo é a melhor maneira de tratar esta patologia.

Vários profissionais da área da saúde deverão estar envolvidos no diagnóstico e no tratamento como o otorrinolaringologista, o fisioterapeuta, o fonoaudiólogo e algumas vezes, quando os acometimentos respiratórios alterarem também o aspecto emocional e a aprendizagem, o psicólogo e os profissionais da educação.

A respiração bucal é vista, então, como uma síndrome que requer atenção de todos os especialistas que entram em contato com o sujeito em todas as fases do seu crescimento e desenvolvimento.

Abrir a boca para respirar, desviando a passagem do ar da nasofaringe para a bucofaringe, causa muitos problemas inclusive os desvios de fala associados às alterações funcionais de mastigação, sucção e deglutição, cabendo ao fonoaudiólogo fazer parte desta equipe de trabalho na tentativa de adequar ou minimizar a ação danosa destas adaptações musculares e esqueléticas.

Uma vez diagnosticado e tratado o problema "orgânico e funcional", pelo médico otorrinolaringologista, o encaminhamento ao ortodontista é inevitável e imprescindível para a atuação eficaz do fonoaudiólogo no tratamento mioterápico.

Cabe ao fonoaudiólogo desenvolver conhecimentos sobre várias áreas que envolvam esta patologia, tais como causas, etiologias, conseqüências e efeitos. Além dos conhecimentos em relação à anatomofisiologia, principalmente da boca, face e pescoço.

O diagnóstico da respiração bucal e seu tratamento devem ser precoces. A manutenção do agente causador impossibilita o trabalho muscular. Tratar um indivíduo com obstrução nasal constante, não proporcionará melhora suficiente que justifique a atuação fonoaudiológica. Para Parolo & Bianchini (2000), "... é fundamental que exista permeabilidade nasal para que a respiração nasal seja possível. A avaliação e tratamento otorrinolaringológico referente aos problemas obstrutivos se tornam condição para iniciarmos nossa terapêutica".

Da mesma maneira a manutenção da má oclusão inviabiliza o sucesso do tratamento fonoaudiológico.

No tratamento fisioterapêutico postural, também, não serão obtidos efeitos satisfatórios suficientes, se a obstrução e/ou a má oclusão e a alteração miobucofacial se mantiverem.

A intervenção precoce, com certeza, minimiza as conseqüências. Quanto mais tarde, menores as possibilidades de serem reversíveis.

O crescimento e o desenvolvimento da face não esperam por uma atuação terapêutica lenta e pacienciosa.
A respiração nasal é o fator de equilíbrio fundamental para a manutenção da organização dos sistemas ósseodentário e muscular.

Qualquer desvio desta função altera todo o equilíbrio bucofacial, proporcionando seqüelas e sintomas muitas vezes inevitáveis (Carvalho, M.P. & Sies, M.L.,1998).

Avaliação fonoaudiológica

Temos conhecimento que o resultado do tratamento fonoaudiológico depende do diagnóstico correto.

Ao avaliar o respirador bucal o profissional deverá encaminhar o paciente para os outros profissionais da equipe. Discriminarei abaixo que observações devem fazer parte da avaliação geral do fonoaudiólogo, visando um diagnóstico mais preciso e o correto planejamento terapêutico.

Avaliação formal

Devem ser observados alguns fatores fundamentais, levando-se em consideração aspectos orgânicos-funcionais, características ósseo-dentárias, avaliação postural, fatores nutricionais, emocionais e de aprendizagem, além da avaliação miofuncional.

A - Fatores orgânicos funcionais

Fazem parte desta avaliação duas importantes condutas.

1. História clínica médica:

a) Abtenção de dados sobre a saúde respiratória do paciente, como patologias respiratórias anteriormente diagnosticadas (Di Francesco, R.C., 1999);
b) Quais os especialistas consultados: médico clínico, otorrinolaringologista, alergista, neurologista, pediatra, entre outros;
c) Diagnóstico e opinião médica;
d) Conduta clínico-terapêutica adotada: medicamentosa alopática ou homeopática, cirúrgica e outras;
e) Dados sobre saúde geral;
f) Diagnóstico médico por relatório.

B - Fatores dentários ou odontológicos

Todo fonoaudiólogo deve ter noções mínimas sobre crescimento, desenvolvimento e normalidade da oclusão dentária, porém o diagnóstico na da alteração morfológica do respirador bucal depende do ortodontista ou odontopediatra.

Na avaliação fonoaudiológica é importante observar a existência ou não de má oclusão e se esta é ou não característica da respiração bucal.

Má oclusão característica do respirador bucal:

a) Classe II;
b) Maxila em forma de V;
c) Atresia do palato;
d) Terço facial inferior alongado;
e) Padrão facial predominante vertical;
f) Mordida cruzada uni ou bilateral;
g) Desvio da linha média;
h) Mordida aberta anterior.

C - Avaliação postural

Observação das características posturais no repouso e na marcha (Martins, A.A., 1999):

a) Cabeça;
b) Pescoço;
c) Ombro;
d) Cintura escapular;
e) Coluna: lombar, dorsal e cervical;
f) Tronco;
g) Pés.

D - Avaliação emocional e da aprendizagem

Uma vez diagnosticada a respiração bucal é necessário obter dados sobre o desenvolvimento emocional e também como se realiza o processo de aprendizagem.

Muitas vezes a alteração do sono se encontra presente. O paciente respirador bucal, em geral, não dorme bem, tem sono leve e agitado e algumas vezes com episódios de apnéia. Estas características do sono, nestes pacientes, deixam-lhes o estado de vigília comprometido, com vários episódios de sonolência durante o dia, levando-os a uma inaptidão para atividades físicas e de aprendizagem nas crianças e nos adultos uma certa indisposição para o trabalho e baixa produtividade. Quanto ao tratamento fonoaudiológico, Guimarães (1999) conclui que: "Ao adequarmos a musculatura de orofaringe, esses indivíduos passarão a ter menos despertares noturnos, menos ronco e, que durante o dia, conseguirão desenvolver seus afazeres normalmente".

Estas características associadas ao mal-estar ou desconforto crônico de respirar pela boca, assim como baixa oxigenação funcional constante, levam a uma alteração de comportamento que compromete a auto-estima e a sociabilização.

Uma criança com sete anos de idade, por exemplo, com estas características, que vive com outras crianças respiradoras nasais, é constantemente estimulada a participar de atividades como jogar e brincadeiras que requerem uma boa disposição física, atenção e concentração auditiva e visual. Sendo o seu desempenho abaixo do esperado pelo grupo, a tendência é que a criança se afaste, ou seja afastada, destas atividades, preferindo muitas vezes o isolamento em atividades mais "sossegadas". Isto acarreta seu afastamento gradual do grupo, levando à baixa estima e falta do vínculo social-afetivo.

Este processo se repete nas atividades de aprendizagem, em que o comprometimento é visível. Uma criança que não dorme bem, não respira bem e tem baixa estima não poderá ter um bom desempenho escolar e, muitas vezes, é prejudicado com reprovações e exigências por parte dos pais ou dos professores, que desconhecendo a causa do problema o rotulam como preguiçoso ou desinteressado.

Nos pacientes adultos estas observações são importantes porque provavelmente o seu desenvolvimento socioemocional e educacional tem uma história parecida com esta. Muitas vezes o seu desempenho profissional e a sua vida pessoal têm traços e marcas da sua respiração bucal crônica.

As avaliações psicológica e psicopedagógica deverão ser sugeridas sempre que estes dados estiverem evidentes na avaliação formal do paciente.

É importante esclarecer ao leigo que: "O respirador bucal não vive com o olhar na lua", é a sua posição de cabeça que o obriga a desviar o olhar da linha do horizonte. Que "o respirador bucal não tem aspecto de bobo", é a sua característica miofuncional facial que proporciona esta fisionomia. Que "o respirador bucal não é preguiçoso", mas dorme mal e, portanto, é sonolento e não pode gastar oxigênio em atividades físicas exageradas porque sua respiração é superficial.

E - Avaliação nutricional

Para falarmos em fatores nutricionais no respirador bucal é bom lembrar que as alterações das funções bucofaciais de mastigação e deglutição são evidentes e trazem prejuízos à nutrição destes indivíduos.

Além disso, o morder e engolir acontecem no mesmo espaço que se respira e, portanto, a sensação de sufocamento durante a alimentação, muitas vezes, é inevitável.

A má oclusão característica faz com que a mastigação seja ineficiente principalmente pela mordida cruzada que leva a movimentos musculares associados com modificações constantes, não criando um engrama neurossensorial da posição ideal da musculatura mastigatória. Cada mordida seria como um movimento diferente e novo.

Pelas características morfológicas e músculo funcional do respirador bucal sua alimentação é totalmente prejudicada, com preferência para dieta pastosa ou líquida.

O respirador bucal é portador, também, de alterações do tônus muscular mastigatório que na maioria dos casos é hipofuncionante, o que também aumenta a sua dificuldade alimentar.

A deglutição é adaptada às alterações morfológicas e dificultam a alimentação, principalmente pela mordida aberta anterior presente em muitos casos. O paciente não mastiga bem, não deglute bem e, conseqüentemente, não se alimenta bem.

A mastigação alterada e a deglutição atípica fazem com que a criança mantenha a dieta pastosa ou líquida e quando forçada a uma dieta mais fibrosa, esta é acompanhada de muito líquido que auxilia a engolir.

Outro fator importante na inadequação alimentar é a alteração do olfato e conseqüentemente da gustação ou paladar. Observa-se, clinicamente, que estes pacientes podem apresentar baixo peso e normalmente são inapetentes por não sentirem o prazer de comer associado às grandes dificuldades mastigatórias e deglutitórias.

Alguns indivíduos apresentam peso acima da média como se houvesse uma necessidade constante de estimulação neuromotora e sensitiva com relação aos movimentos e aos sentidos envolvidos.

Concluindo, o respirador bucal possui alterações nutricionais importantes que devem ser avaliadas pelo médico e/ou pelo nutricionista, em algumas ocasiões a orientação de uma mudança de dieta proporciona melhora também nos padrões musculares.

A atuação médica, ortodôntica e fonoaudiológica devolvem a funcionalidade ideal do sistema estomatognático e nutricional, proporcionando adequação alimentar.

Avaliação fonoaudiológica funcional

Esta avaliação tem como objetivo avaliar a função respiratória e para tanto se compõe de vários dados de observação direta e indireta, que somados às avaliações anteriores e aos diagnósticos dos demais profissionais, vão auxiliar a conduta terapêutica fonoaudiológica a ser adotada.

Esta avaliação deve ser repetida constantemente para a observação da melhora ou não das alterações encontradas.

A respiração é uma das funções bucofaciais de responsabilidade dos mesmos músculos e dos mesmos impulsos nervosos, portanto as funções de deglutição, mastigação, sucção, fala e expressão facial também devem ser avaliadas.

O equilíbrio funcional da face é dependente do equilíbrio dento-esquelético e da saúde geral do paciente. Com as características já citadas do respirador bucal é impossível a manutenção harmoniosa destas funções.

A - Avaliação funcional da deglutição

Esta função se encontra alterada nos respiradores bucais por alguns fatores predominantes:

- Mordida aberta anterior: com anteriorização da língua, permitindo a passagem do ar;
- Presença e volume de amígdalas e adenóides.
Muitas vezes as tonsilas hipertrofiadas levam a língua a uma posição anteriorizada por não haver espaço funcional adequado ou por episódios repetitivos de crises dolorosas:
- Posição baixa da mandíbula, levando a língua a uma posição mais baixa e à frente;
- Qualquer outra patologia bucal que seja causa ou efeito da respiração bucal podem levar à deglutição atípica;
- A deglutição atípica e adaptada fazem parte do quadro da respiração bucal.

B - Avaliação funcional da sucção

- A etiologia da respiração bucal pode estar associada ao aleitamento nos primeiros dias de vida. O aleitamento natural proporciona o movimento adequado da mandíbula e língua na ordenha, prevenindo algumas vezes a instalação das alterações da função respiratória.
- A utilização da chupeta pode levar a mordida aberta, mordida cruzada e a falta de vedamento da cavidade bucal, também, facilitando o desvio da respiração de nasal para bucal.

Desta maneira é importante a investigação da amamentação e dos hábitos de sucção.

C - Avaliação funcional da mastigação

O padrão mastigatório está intimamente ligado ao padrão anatômico funcional dos ossos da face e dos dentes. Como o respirador bucal apresenta alterações graves nestes aspectos a alteração mastigatória é evidente.

Deve-se observar a má oclusão existente e os movimentos mastigatórios, além dos dados sobre a dieta alimentar.

Os movimentos mastigatórios são adaptados e constantemente modificados, alterando o desenvolvimento e o crescimento da face da criança.

A mordida cruzada e a má oclusão de classe II levam a movimentos compensatórios que alteram a incisão e trituração dos alimentos. A manutenção da respiração bucal e da má oclusão, muitas vezes, leva, no paciente adulto, a alterações no funcionamento da articulação têmporo-mandibular.

D - Avaliação dos tecidos moles

Todos os tecidos moles que formam a boca, face e pescoço devem ser avaliados quanto à: mobilidade, motricidade, sensibilidade, propriocepção e morfologia, tônus, além da avaliação nas funções e na postura de repouso da musculatura intra e extrabucal, mastigatória, deglutitória, respiratória, da fala e da expressão facial.

E - Avaliação da fala

A boca assume a função da fala que é secundária às funções básicas de respiração, sucção, mastigação e deglutição.

Toda uma avaliação da articulação da fala deve ser efetuada, levando-se em consideração que as alterações funcionais do sistema estomatognático também podem acarretar alterações na produção da fala.

Nos respiradores bucais as alterações da fala mais comumente encontradas são:

- Hiponasalidade ou hipernasalidade, de acordo com as disfunções do palato mole, parte posterior da língua e aeração nasal;
- Alteração dos fonemas bilabiais como o /p/, /b/ e /m/, devido às disfunções labiais e às alterações dentárias;
- Alteração do fluxo aéreo na produção das fricativas: /s/, /z/, / /, / /, devido às disfunções linguais e alterações dos movimentos mastigatórios;
- Alteração dos fonemas línguo-alveolares, como o /t/, /d/, /n/ e /l/ na associação com a disfunção da deglutição e da presença da mordida aberta anterior;
- Alteração dos fonemas posteriores com o /k/ e o /g/ por alterações funcionais do esfíncter velo-faríngeo e a presença ocasional de amígdalas hipertróficas.

Tratamento fonoaudiológico

A intervenção fonoaudiológica poderá ocorrer em três diferentes fases.

1ª) Atuação preventiva: conscientização da população quanto à necessidade de evitar a instalação da respiração bucal nas crianças. Isto só será possível com um trabalho preventivo de todas os profissionais da aréa da saúde, principalmente na atuação pré-natal.

2ª) Atuação interceptativa: quando a criança pequena já apresenta os sinais e sintomas da patologia. Esta atuação muitas vezes é direcionada aos familiares na orientação de ações para o não agravamento do aspecto bucofacial do pequeno paciente e em ações terapêuticas ocasionais.

3ª) Atuação recuperadora: uma vez que a respiração bucal já esteja instalada, com alterações dento-esqueléticas e funcionais características. Este trabalho é recuperador da função normal e depende da ação multidiciplinar do otorrinolaringologista, do ortodontista, do fisioterapeuta, do psicólogo, do educador e do fonoaudiólogo
Qualquer que seja a atuação fonoaudiológica, o trabalho se baseará na normalização funcional, que terá como objetivo regularizar a respiração proporcionando:

- Postura adequada de lábios, língua e maxila;
- Normalização do tônus muscular;
- Adequação da mobilidade e motricidade;
- Adequação da sensibilidade e propriocepção;
- Normalização das funções de sucção, mastigação, deglutição e fala;
- Adequação da respiração;
- Aumento da capacidade pulmonar;
- Restabelecimento do reflexo nasal de respiração;
- Restabelecimento do olfato e gustação;
- Vedamento bucal;
- Automatização da respiração nasal.

A mioterapia é um grupo de exercícios previamente planejado, adequado para cada indivíduo. O objetivo é restabelecer a respiração nasal, quando possível, ou diminuir as ações "danosas" das forças e pressões musculares inadequadas, proporcionando melhor funcionabilidade do sistema estomatognático e maior conforto em geral.

Apresentamos, na seqüência de fotos, dois pacientes respiradores bucais com características posturais corporais, faciais e dentárias.

Conclusão

O respirador bucal, criança ou adulto, apresenta um desconforto constante e um quadro clínico muito diversificado, necessitando de uma atuação multiprofissional para o restabelecimento da função normal de respiração.

Respirar pelo nariz é melhorar a qualidade de vida destes pacientes. Além da patologia há uma necessidade evidente desta melhora no quadro geral. A ação multidiciplinar deve ser precoce e eficiente, evitando o agravamento. A fonoaudiologia possui conhecimentos e condições técnico-terapêuticas para auxíliar esta equipe.

Por Mirian Pattaro Carvalho

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